sábado, 30 de julho de 2011

O MILAGRE DO AMOR

Os cinco pães e dois peixes que Jesus abençoa, parte, dá aos discípulos, e os discípulos às multidões, matam a fome de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

O que move este milagre de partilhar e multiplicar a comida, senão o amor infinito de nosso Mestre, que se enche de compaixão por um povo sofrido e doente, faminto de comida e de autênticos líderes?

O episódio dos cinco pães e dois peixes se apresenta logo após o martírio de João Batista. No aniversário de Herodes, a cabeça do profeta João é servida num prato, a mostrar a verdade nua e crua: a morte da profecia alimenta a festa dos poderosos. Bem outro é o banquete oferecido por Jesus. Diferente de Herodes, Jesus tem coração de infinita misericórdia: sofre com o povo que sofre, cura suas doenças, transmite sua palavra e, com ela, sua própria vida, pois ele mesmo é palavra de Deus, pão que se doa para a vida do mundo.

Os discípulos estavam preocupados com a fome do povo. Mas não conseguiam imaginar que no amor de Jesus estava a solução para a fome do corpo e da alma. As palavras de Jesus aos discípulos, portanto, valem para nós hoje, como convite a viver em seu amor e a desdobrar esse amor aos outros: “Deem-lhes vocês mesmos de comer”.

Na celebração da eucaristia somos saciados com o pão da vida, que é o próprio Senhor ressuscitado em nosso meio. Ele continua nos animando com seu Espírito, recordando que a comunhão de que participamos é, mais que tudo, um compromisso concreto. Jesus é pão que se doa para os que têm fome. Mas o Mestre nos deixa uma missão fundamental. Para além da preocupação de que cada um se vire como puder, somos discípulos daquele que ama, se compadece e se doa. Doando a vida, alimentamo-nos do próprio Deus. Doando a vida, saciamos a fome profunda da alma. E só na comunhão de um amor que se compadece podemos oferecer Jesus ao mundo. O amor é o milagre que sacia a fome de comida e de paz.



Pe. Paulo Bazaglia, ssp

quinta-feira, 28 de julho de 2011

"Deus o maior médico da historia"

Discurso dos formandos de Medicina da PUC- PR /2010.

Publicado em 09/12/2010 por temasempsicologia

 Boa noite a todos. Hoje estou aqui para prestar uma homenagem ao primeiro, maior e melhor médico da história da humanidade. Deus é esse médico, o médico dos médicos, e o mais excelente conhecedor do corpo humano. Todas as células e tecidos, órgãos e sistemas, foram arquitetados por Ele, e Ele entende e conhece a sua criação melhor do que todos. Que médico mais excelente poderia existir ? Deus é o primeiro cirurgião da história. A primeira operação ? Uma toracoplastia, quando Deus retirou uma das costelas de Adão e dela formou a mulher. Ele também é o primeiro anestesista, porque antes de retirar aquela costela fez um profundo sono cair sobre o homem. Deus é o melhor obstetra especialista em fertilização que já existiu ! Pois concedeu filhos a Sara, uma mulher que além de estéril, já estava na menopausa havia muito tempo. Jesus, o filho de Deus, que com Ele é um só, é o primeiro pediatra da história, pois disse: “Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino de Deus. Ele também é o maior reumatologista, pois curou um homem que tinha uma mão ressequida, ou, tecnicamente uma osteoartrite das articulações interfalangeanas. Jesus é o primeiro oftalmologista, relatou em Jerusalém, o primeiro caso de cura em dois cegos de nascença. Ele também é o primeiro emergencista a realizar, literalmente, uma ressuscitação cardio-pulmonar bem sucedida, quando usou como desfibrilador as suas palavras ao dizer: “Lázaro, vem para fora !”, e pelo poder delas, ressuscitou seu amigo que já havia falecido havia 4 dias. Ele é o melhor otorrinolaringologista, pois devolveu a audição a um surdo. Seu tratamento ? O poder de seu amor. Jesus também é o maior psiquiatra da história, há mais de 2 mil anos curou um jovem com graves distúrbios do pensamento e do comportamento. Deus também é o melhor ortopedista que já existiu, pois juntou um monte de ossos secos em novas articulações e deles fez um grande exército de homens. Sem contar quando ele disse a um homem coxo: “Levanta, toma a tua maca e anda !”, e o homem andou. O tratamento ortopédico de quadril mais efetivo já relatado na história. A primeira evidência científica sobre a hanseníase está na Bíblia. E Jesus é o dermatologista mais sábio da história, pois curou instantaneamente 10 homens que sofriam desta doença. Ele também é o primeiro hematologista, pois com apenas um toque curou a coagulopatia de uma mulher que sofria de hemorragia havia mais de 12 anos e que tinha gastado todo o seu dinheiro com outros médicos em tratamentos sem sucesso. Jesus é ainda, o maior doador de sangue do mundo. Seu tipo sanguíneo ? O negativo, ou, doador universal, pois nesta transfusão Ele ofereceu o seu próprio sangue, o sangue de um homem sem pecado algum, por todas as pessoas que tinham sobre si a condenação de seus erros e, assim, através da sua morte na cruz e de sua ressurreição, deu a todos os que o recebem o poder de se tornarem filhos de Deus. E para ter este grande presente, que é a salvação, não é necessário FAZER nada, apenas crer e receber. O bom médico é aquele que dá a sua vida pelos seus pacientes. Ele fez isso por nós. Ele é um médico que não cobra pelos seus serviços, porque o presente GRATUITO de Deus é a vida eterna. No seu consultório não há filas, não é necessário marcar consulta e nem esperar para ser atendido, pelo contrário, Ele já está à porta e bate, e aquele que abrir a seu coração para Ele, Ele entrará e fará uma grande festa. Não é necessário ter plano de saúde ou convênio, basta você querer e pedir. O tratamento que ele oferece é mais do que a cura de uma doença física, é uma vida de paz e alegria aqui na terra e mais uma eternidade inteira ao seu lado no céu. O médico dos médicos está convidando você hoje para se tornar um paciente dele, e receber esta salvação e constatar que o tratamento que Ele oferece é exatamente o que você precisa para viver. Ele é o único caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode ir até Deus a não ser por Ele. Seu nome é Jesus. A este médico seja hoje o nosso aplauso e a nossa sincera gratidão. Mensagem lida na formatura do Curso de Medicina da PUC-PR /2010.

domingo, 17 de julho de 2011

A Paciência de Deus

O reinado de Deus é a boa semente semeada pelo Filho do homem, o trigo que cresce no mundo em meio a situações difíceis, em meio a forças inimigas.
Os empregados da parábola do joio e do trigo são impacientes, querem acabar logo com o joio. Fazem pensar nas atitudes imediatistas e simplistas, para não dizer vingativas e violentas, que hipocritamente dividem as pessoas em boas e más, em amigas e inimigas.

A boa semente que o próprio Jesus semeou tem em si o poder de germinar e frutificar, mesmo em meio ao joio. Mas, como as sementes precisam de tempo, o reino também requer paciência.

É com paciência que Deus age. Deus não quer separar, mas dar tempo para que o reino aconteça no mundo e não fora dele. Jesus é o espelho dessa paciência divina, ao rejeitar o pecado e perdoar o pecador, ao procurar aqueles que a sociedade rotulava como malditos.

Na explicação de Jesus, o joio são os “filhos do maligno”, as pessoas que pactuam com a maldade. Muitas situações e forças são claramente contrárias ao projeto de vida que Deus deseja. Mas, concretamente, não é o caso de fazer a “caça ao joio”, mesmo porque não seria tão simples identificá-lo. E, sempre que se exclui alguém, algo de bom também se perde. Além disso, querer fazer justiça com as próprias mãos seria trair o próprio projeto de Deus.

Aprender a paciência de Deus, em vez, é o convite do evangelho. Paciência não é conformismo, mas a certeza de que o reino está em curso, transformando a história, como a menor das sementes que naturalmente se torna grande planta, como o fermento que tem a força de transformar toda a massa.

O reino é o homem semeando no campo, é a mulher fermentando a massa, somos todos nós trabalhando juntos, pela transformação deste mundo para melhor. Um trabalho paciente, sobretudo para conviver com o joio. Não tanto o joio que ge¬ralmente identificamos com os outros, nossos inimigos, mas o joio mais daninho, aquele que está dentro de nós mesmos.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp (Periódico O Domingo)