Quando o sacerdote chegou, encontrou o enfermo na cama, com a cabeça apoiada num par de almofadas. Ao lado dele, uma cadeira, que o padre logo pensou estar ali para quando ele chegasse para rezar.
- Suponho que estava me esperando – disse o sacerdote.
Espantado, o homem respondeu:
- Não, quem é você?
- Sou o sacerdote que sua filha chamou para rezar com você. Quando cheguei e vi a cadeira ao lado da cama, achei que era para mim.
- Ah, sim, a cadeira – exclamou o homem! Entre e feche a porta.
Ao fechar a porta e sentar-se ao lado da cama, o sacerdote começou a ouvir o pobre doente.
Muito emocionado, o sacerdote respondeu àquela demonstração de fé dizendo que o que fazia era muito bom e deveria manter este hábito. Rezou com ele por alguns minutos e logo foi embora.
Dois dias depois, a filha comunicou ao sacerdote que o pai havia falecido. Na certeza de que o homem havia falecido em paz, perguntou como foram seus últimos momentos de vida.
A filha respondeu:
- Quando eu estava para sair, ele me chamou ao seu quarto. Disse que me amava muito e me deu um beijo. Quando voltei do trabalho, algumas horas depois, já estava morto. Só havia uma coisa estranha na sua morte. Antes de morrer, ele chegou bem perto da cadeira que estava sempre ao lado de sua cama e encostou a cabeça nela. Eu o encontrei debruçado sobre a cadeira. Por que será isso?
O sacerdote, profundamente comovido, enxugou as lágrimas e respondeu:
- Ele partiu nos braços de seu melhor amigo.
Fonte: Frei Darlei Zanon no livro Parábolas de Fé