domingo, 2 de setembro de 2012

O que é a Bíblia para nós


 


Em setembro no mês da Bíblia vamos saber um pouco mais sobre seu conteúdo divino .Algumas perguntas e respostas para você aprofundar seu conhecimento sobre a Sagrada Escritura.

Gostaria de lembrar da Campanha que a nossa comunidade está realizando. Que é a arrecadação de Bíblias para serem doadas às crianças que freqüentam a catequese nas paróquias vizinhas. Convido a todos para participarem desta Campanha a fim de que mais crianças possam ser evangelizadas, através da palavra de Jesus Cristo.

Senhora Bíblia, é verdade que São Jerônimo a escreveu?

Não foi um só homem que me escreveu, foram muitos, mas todos foram inspirados pelo Espírito Santo.

Porque a Senhora foi escrita?

Para contar o passado aos nossos filhos. Para anunciar o futuro que Deus está nos preparando e mostrar no presente que Ele está caminhando conosco.

Quanto tempo vou levar para conhecer tudo o que a Senhora tem para nos ensinar?



Se você dedicar meia hora por dia, lendo 4 ou 5 capítulos, dentro de um ano você me conhecerá por inteira.

Só um ano?

Sim muito menos tempo que você gasta com outras leituras, e olha o que eu tenho a lhe oferecer são palavras de vida eterna!

Existe alguma diferença entre a Senhora e as Bíblias de outras religiões?



Sim existe. Depois de alguns séculos, a Igreja Católica definiu a forma final da Bíblia, com os seus 73 livros (46 do Antigo e 27 do Novo Testamento). A Bíblia não católica tem apenas 66 livros. Lutero, no século XVI, e, principalmente seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico, 1 e 2 Macabeus, além de partes dos livros de Ester e Daniel.

Agora entendo! É por isso que a Bíblia católica contém mais livros do que a Bíblia não católica. Mas, Dona Bíblia, por que a Bíblia católica tem mais livros?

A Bíblia católica adota o índice (cânon), chamado Alexandrino ou dos Setenta. Eu explico:
Em Alexandria, no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma influente colônia de judeus vivendo em terra estrangeira e falando grego. O rei do Egito, Ptolomeu, queria ter todos os livros conhecidos na famosa biblioteca de Alexandria; então mandou buscar 70 (setenta) rabinos, para traduzirem os Livros Sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a. C.. Surgiu, assim, a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta, que a Igreja Católica sempre seguiu.

Não é o mesmo índice (cânon) adotado pela Bíblia não católica?

Não. A Bíblia não católica adotou o índice (cânon) do Sínodo de Jâmnia
No ano 100 da nossa era, os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia, no sul da Palestina, a fim de definir a Bíblia Judaica. Isto porque, nesta época começavam a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos, que os judeus não aceitaram. Nesse Sínodo, os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte:

1. O livro deveria ter sido escrito na Terra Santa;

2. Escrito somente em hebraico (nem aramaico e nem grego);

3. Escrito antes de Esdras (455 – 428 a.C.);

4. Sem contradição com a Tora ou a Lei de Moisés.

Essas são as razões históricas da diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia não católica.

Dona Bíblia, quantos esclarecimentos importantes a Senhora está nos dando. O que é VULGATA?



O Papa São Dâmaso (366-384), no século IV, pediu a são Jerônimo que fizesse uma revisão das muitas traduções latinas que havia da Bíblia, o que gerava certas confusões entre os cristãos. São Jerônimo revisou o texto grego do Novo Testamento e traduziu do hebraico o Antigo Testamento, dando origem ao texto latino chamado Vulgata, usado até hoje.
Assim, VULGATA é o nome dado à tradução latina da Bíblia, feita por são Jerônimo, a pedido do Papa. Talvez seja por isso que algumas pessoas se confundem e afirmam que foi são Jerônimo quem escreveu a Bíblia.

Dona Bíblia, muitas pessoas dizem que não a lêem, pois a acham difícil e complicada. A Senhora realmente é difícil e complicada?

Nossa! Que bobagem! Não sou nem difícil e nem complicada.
O que acontece é que muitas pessoas procuram ler-me como se eu fosse um livro de história, e essa forma de ler não é correta. Para me entenderem, as pessoas deveriam me ler como se estivessem fazendo uma oração.

Lê-la como se estivesse fazendo uma oração? Rezando? Como assim?



Então...., como nós sabemos os meus livros foram escritos por diversos autores, mas todos inspirados por Deus.
Por isso, quando vocês me lerem, devem entender que a leitura da Bíblia é como um diálogo que Deus tem com cada um de vocês, que procuram descobri-lo e também descobrir seu plano de amor para todo o seu povo.

Você pode dar algumas pistas de como esse diálogo, essa leitura orante se transforma em oração?



Claro que sim! E com prazer!
Antes de começar a minha leitura, vocês devem:
- Invocar o Espírito Santo;
- Criar um ambiente de recolhimento
Devem também:
- Ter sempre em mente que os meus livros são a palavra de Deus.
- Se colocarem abertos à palavra, para: enxergar, saborear e agir.
Lembrem-se das palavras de Maria: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Puxa! Que interessante! Você gostaria de dizer mais alguma coisa sobre esse assunto?

Gostaria sim!
Gostaria que todos entendessem que um momento de leitura da Palavra de Deus e de escuta do que Ele nos diz pessoalmente, a leitura orante, não pode ser somente um momento de estudo, nem um tempo para se conhecer a história.
A leitura orante dos meus livros é antes de tudo, para viver melhor o Evangelho de Jesus.

Muito obrigado Bíblia.

De nada, mas antes de me despedir gostaria de lembrar mais uma vez da campanha que a nossa comunidade está realizando. Que é a arrecadação de Bíblias para serem doadas às crianças que freqüentam a catequese nas paróquias vizinhas. Convido a todos para participarem desta campanha.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O Novo Santuario

No Evangelho de João, Jesus praticamente inicia sua missão pública entrando no templo de Jerusalém e encontrando, em vez de fiéis em oração, vendedores e cambistas. Um comércio tal, que havia transformado a casa de Deus em lugar de exploração, sobretudo dos pobres, com leis religiosas que obrigavam os fiéis a comprar bois, ovelhas ou ao menos pombas para sacrificá-los e assim conseguir a reconciliação com Deus.


Ao fazer um chicote de cordas, Jesus deixa claro que ele é o Messias esperado, aquele que vem para “açoitar” as práticas de injustiça e inaugurar um tempo novo. Ele faz o povo sair daquele centro de exploração, junto com as ovelhas e bois. Aliás, as ovelhas na Bíblia muitas vezes representam o próprio povo. Jesus vem tirar do templo, vem libertar de uma exploração comercial disfarçada de religião. Ele derruba as mesas e o dinheiro dos cambistas e ordena aos vendedores de pombas (a oferta dos pobres) que tirem tudo de lá. Pois o sacrifício de pombas de nada mais serve diante daquele que desceu em forma de pomba, no batismo de Jesus.

Longe de fazer uma “purificação” do templo, Jesus declara que seu próprio corpo é o novo santuário, e a oferta de sua vida elimina a necessidade de sacrifícios de animais. Além disso, Deus não habita locais onde se explora a fé do povo simples. Deus está presente em seu Filho, e essa presença torna Jesus indestrutível. Podem matá-lo, mas sua morte não será definitiva, pois no terceiro dia ele voltará à vida plena.

O corpo de Jesus, sendo a morada de Deus, é para nós o verdadeiro santuário, que nos aproxima do Pai. Na “casa do Pai” somos família, e em família não fazemos comércio, mas agimos na gratuidade do amor. Como família-comunidade, pertencemos ao corpo de Jesus. Unidos a ele, unimo-nos a Deus, na liberdade de filhos amados, cujo sofrimento diário o Criador já conhece e cujo compromisso em favor da vida ele aceita como oferta genuína.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp
 
O evangelho nos dá o ensinamentos que não podemos jamais olvidar. Primeiro nos lembra da importância do respeito que devemos ter com a Igreja, com as coisas de Deus, com o sagrado. Quantas vezes na igreja, seja na Missa ou em outro momento, estamos conversando e “tagarelando”. Dentro da igreja devemos nos comportar com respeito e veneração, porque ali se encontra Deus.

O evangelho também nos ensina que somos templos de Deus. Somos “pequenas igrejas” onde mora Deus, onde habita o Espírito Santo. Como estamos cuidando da nossa “igreja” interior, da nossa alma, do nosso coração?
Sejamos católicos como Deus quer. Sejamos autênticos na nossa fé, não simplesmente católicos de nome. Não basta simplesmente dizer que sou católico, devo ser de coração e de obras.
A hipocrisia no seguimento de Cristo não leva a nada. Cristo não precisa de quantidade de seguidores, mas de qualidade. De cristãos autênticos.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A Natureza do” Poder Criativo”




A Natureza do” Poder Criativo” é o Crescimento.

Tudo o que é vivo sempre cresce.O Crescimento é uma característica Universal,um princípio invariável da existência.

“ A natureza do poder criativo é: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO.
A Alimentação e a Nutrição são um processo maravilhosamente organizado dentro do corpo,que é evidente para todos aqueles que se dão ao trabalho de considerá-lo .A alimentação é fornecida para todos os seres vivos de acordo com as preferências individuais e o alimento é digerido para promover a saúde e o bem estar.Quando pequenas criaturas nascem,o leite já esta dentro da mãe,pronto, a espera do recém nascido.Isso também é um principio misterioso da existência que ninguém pode negar.Nenhuma ciência pode explicar por que teria aparecido na existência esta função do sistema,que assegura a sobrevivência da espécie.A função em si mesma pode atualmente ser compreendida mas não o “ porque”,a mola – mestra da função.

“ A natureza do poder criativo é: CURA.
A cura é uma característica natural da existência e pode se dizer que é um “Processo de Aperfeiçoamento” natural que tem lugar para assegurar o conforto individual,mas ninguém pode explicar o que impele a atividade de cura.

“ A natureza do poder criativo é: PROTEÇÃO
A proteção é uma característica integral do Poder Criativo e tudo o que parece ser a sua atividade aparentemente “milagrosa”no mundo é dirigida à proteção.Hoje livros de medicina descrevem os vários sistemas protetores do corpo,mas se prestar atenção percebera a característica de Proteção Inerente ao Poder Criativo Inteligente,da seguinte forma:a medida que prestar atenção na natureza – Plantas,aves e animais podemos observar de forma inspirada,podemos ver como cada “necessidade de proteção” havia sido amorosamente fornecida,com grande atenção a cada detalhe.
Esta característica de “Proteção” é combinada com outra característica dinâmica de SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES.

Isso é evidente no fornecimento de pelos,pelagem e plumas para proteger os seres vivos,aquecendo-os no frio e abrigando-os no calor.Vi as delicadas terminações dos importantes e sensíveis dedos receberem a apropriada proteção de unhas e cascos.As sobrancelhas protegem os olhos do suor,as pálpebras e cílios protegem os olhos da poeira e do dano.Percebi que os animais que atraem moscas foram equipados com o tipo de cauda que os faz livrar-se delas mais rapidamente.

Que tipo alegre e feliz de AMOR e cuidado se expressou nestes pequenos atributos físicos que pareciam insignificantes e de pouca conseqüência e ainda assim tinham repercussões profundas para o conforto de todo ser vivo! Estes ”luxos físicos”,somados ao desenho básico dos corpos,foram claramente o resultado de uma inteligência que teve a intenção de que a criação fosse confortável e feliz-livre do stresse que teriam experimentado homens e animais,se não tivessem sido proporcionados estes “detalhes de luxo”

Que abençoada,que afortunada a humanidade ao nascer em uma vida tão maravilhosamente suprida! Mais uma vez ergui louvores ao Nosso Criador.

Foi neste momento de compreensão da Natureza do Poder Criativo,que cheguei a plena consciência do AMOR que dirigia as OBRAS do Poder Criativo inteligente Universal.Ponderando sobre este AMOR,percebi que a “ mãe” na criação nutre,protege,satisfaz as necessidade e tenta promover a cura de sua prole:esta é a atividade do AMOR.

Então como é possível que o homem seja tão “pecador”? E porque as pessoas sofrem de doenças,miséria,pobreza?Então me foi mostrado a realidade da “condição terrena”de todos os seres vivos.Foi me mostrado que cada ser vivo na criação deveria estar radiante de saúde,sendo cuidado,nutrido,protegido,curado,mantido em Paz e abundancia,com prosperidade,em uma sociedade ordenada de seres oferecendo tão somente amor uns aos outros.

O PAI AMOROSO estará operando em sua mente,coração,corpo e em seus assuntos.Obrigado meu Deus por me mostrar tudo isso!!!!

Quando você percebe a Natureza e se une a ela no Campo da QUIETUDE ela se preenche da SUA CONSCIÊNCIA.

(A Consciencia Cristica Manifestada)
Nossas palavras podem fazer a diferença se aprendermos a usá-las eficientemente. Nós podemos passar toda a vida cristã sem qualquer controle de nossas palavras ou podemos enxergar a importância, o poder e a criatividade delas, usando-as para o propósito que glorifica a Deus e abençoa as pessoas. Faça com que suas palavras sejam otimistas, positivas, produtivas, criativas de maneira que aqueles que ouvem sejam abençoados.

“As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!” (Salmos 19.14).

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Pecados e Doenças

A liturgia do 7º Domingo do Tempo Comum convida-nos, uma vez mais, a tomar consciência de que Deus tem um projeto de salvação para os homens e para o mundo. Esse projeto (que em Jesus se torna vivo, palpável, realmente libertador) é um dom de Deus que o homem deve acolher com fé. A primeira leitura fala-nos de um Deus que, em todos os momentos da história, está ao lado do seu Povo, a fim de o conduzir ao encontro da liberdade e da vida verdadeira. Sugere, no entanto, que o Povo necessita de percorrer um caminho de conversão e de renovação, antes de poder acolher a salvação/libertação que Deus tem para oferecer. O Evangelho retoma a mesma temática. Diz que, através de Jesus, Deus derrama sobre a humanidade sofredora e prisioneira do pecado a sua bondade, a sua misericórdia, o seu amor. Ao homem resta acolher o dom de Deus, ir ao encontro de Jesus e aderir a essa proposta libertadora que Jesus veio apresentar. A segunda leitura recomenda àqueles que aderiram à proposta de Jesus que vivam com coerência, com verdade, com sinceridade o seu compromisso, sem recurso a subterfúgios ou a lógicas de oportunidade.
A misericórdia nos faz viver de novo!
O pecado mata a fonte de vida existente em nós, nos afasta de Deus e atenta contra nossa liberdade. Aprisionados no pecado somos como árvore ressequida. Mas, se essa árvore for regada com “água”, produzirá novos rebentos. Abrindo-se ao Espírito Santo, o pecador acolherá o dom do arrependimento e, perdoado, produzirá frutos de justiça. A misericórdia de Deus nos faz renascer.(*)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Apresentação - CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012

A quaresma é o caminho que nos leva ao encontro do Crucificado-ressuscitado. Caminho, porque processo existencial, mudança de vida, transformação da pessoa que recebeu a graça de ser discípulo-missionário. A oração, o jejum e a esmola indicam o processo de abertura necessária para sermos tocados pela grandeza da vida nova que nasce da cruz e da ressurreição.

A CF 2012 visa a saúde integral. Há muito tempo, ela vem sendo considerada a principal preocupação e pauta reivindicatória da população brasileira, no campo das políticas públicas.

O SUS (Sistema Único de Saúde), inspirado em belos princípios como o da universalidade, cuja proposta é atender a todos, indiscriminadamente, deveria ser modelo para o mundo. No entanto, ele ainda não conseguiu ser implantado em sua totalidade e ainda não atende a contento, sobretudo os mais necessitados destes serviços.

Objetivo Geral

Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.

Objetivo Específico

a.Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prá­tica de hábitos de vida saudável;
b. Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o supri­mento de suas necessidades e a integração na comunidade;
c. alertar para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe;
d. difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, como sua estreita relação com os aspectos socio­culturais de nossa sociedade;
e. despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e a reivindicação do seu justo financiamento;
f. qualificar a comunidade para acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos públicos com transparência, especialmente na saúde.

Faça o download desse material AQUI :

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Funcionais, Mais Limitados

Se já teve a tentação de dizê-lo tente mudar de atitude. Não diga que você é um nada e um zero à esquerda, porque isso parece, mas está longe de ser humildade.

A maioria dos crentes afirma que Deus tirou o universo do nada, mas depois disso não manda ninguém de volta ao nada, nem fabrica o nada. Ele tira do não ser e nunca mais devolve ao não ser. Também não cria zeros à esquerda. Deus nos dá identidade. Como Ele é quem é, nós também somos quem somos. Nunca fomos nem nunca seremos um outro. Comparados ao ser de Deus a dimensão do nosso ser é incomensuravelmente menor, mas o fato é que somos…

No nosso caso, não nos tirou do zero absoluto, porque somos resultado concreto de pai e mãe em ato de entrega. A maioria de nós é! Um ou ouro foi depositado num útero, mas a imensa maioria nasceu de um diálogo de corpos e de almas. E é bom lembrar que os nascidos sem afeto, milhões deles, acabam amando mais do que seus pais se amaram. Conhecem e superam a dor de não pertencer!

Somos vidas à procura de chances. Nem sempre as teremos, nem sempre as alcançamos, mas é bom saber que somos funcionais. Nascemos por alguma razão e vivemos por esta razão. E acabamos achando outras razões para viver. Diferente do parafuso que, fixo, ali onde o puseram, segura o quadro e não tem querer algum, nós achamos outros espaços onde possamos ser quem somos e até um pouco mais do que éramos. Nos movemos e somos! Movemo-nos porque somos quem somos.

Não diga, porém, que quer tudo da vida, porque estará querendo o impossível. Ninguém pode lhe dar tudo, nem Deus. Ele até poderia, mas não o faz porque você não seria capaz desse tudo. É o que na Bíblia se lê que Ele disse a Moisés. Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viver. (Êx 33, 20) A dimensão de Deus arrastaria quem o visse. Continuar aqui perderia o sentido depois alguém tê-lo visto como Ele é.

Paulo toca levemente no assunto, quando disse que chegou perto e foi o suficiente para dizer que, por ele, gostaria de ter ficado por lá. Não viu Deus nem o céu, nem entendeu a experiência, mas foi luz suficiente para ele perceber que estava além do aqui-agora. (2 Cor 12,2-3) Foi ascese maior do que ele poderia suportar.

Há coisas que não suportamos, tão grandiosas elas são. Então é melhor não querer tudo. Não queira chegar perto do Sol nem viver na lua. Você não está preparado para isso. Não queira riqueza nem fama, nem prazer, nem sucesso demais. Por menos que admita, você não está preparado. Ninguém está! Poucos famosos conseguem ser quem são. Grande número exerce um papel do qual depende para continuar na crista da onda. Muita gente morreu por conta disso. Não deseje “tudo de bom” para os seus filhos porque é impossível. Deseje “o melhor possível” porque isso eles aguentarão.

Não ensine ganância, liberdade total, não caia nessa filosofia de não se reprimir. Aprenda com o riacho a se reprimir e a canalizar-se, se quiser produzir água potável, luz e energia. Quem é livre demais acaba danoso e inútil. Quem se canaliza faz muito mais pelos outros. Controle-se e será como o avião que voa, o barco que singra, o carro que corre porque seus motores são controlados. Aprenda a acelerar e a frear no tempo certo, no lugar certo e do jeito certo e chegará.

Se cair na conversa bonita mas insuficiente dos que dizem que tudo é possível para uma pessoa, acabará no divã de um psiquiatra. Jesus diz que para Deus tudo é possível (MT 19,26), mas ele fez uma prece pedindo que o Pai afastasse o cálice da dor e o cálice não foi afastado. Logo a seguir, ele orou entregando-se e aceitando a vontade do Pai!

É um mistério que nunca saberemos explicar. A moça que percebeu que morreria porque o câncer a invadira a ponto de metástase primeiro orou, pedindo a cura. Vendo que não vinha, pediu paz. Finalmente pediu o perdão e a graça de morrer bem e merecer um lugar no céu. O que houve entre ela e Deus, Deus viu, Deus sabe. Os parentes viram uma pessoa morrer de morte santa com o sorriso dolorido, mas lindo como sempre.
Pe. Zezinho SCJ

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Dia Mundial do enfermo, que celebraremos no próximo dia 11 de fevereiro de 2012

Foi publicada no dia 3 de janeiro a Mensagem do papa Bento XVI para o Dia Mundial do Enfermo 2012, dia 11 de fevereiro próximo, data em que a Igreja celebra em seu calendário litúrgico Nossa Senhora de Lourdes. O documento tem como tema "Levanta-te e vai; a tua fé te salvou!", extraído do Evangelho segundo São Lucas (17, 19).

“Os doentes e os que sofrem encontrem na fé uma âncora segura”, é o desejo do Santo Padre que em sua Mensagem para o Dia Mundial do Enfermo ressalta que "quem crê jamais está sozinho".

O papa dirige-se com palavras de particular proximidade aos doentes e aos sacerdotes, que dão assistência espiritual nos hospitais, chamados a se sentirem "verdadeiros ministros dos enfermos". O Sumo Pontífice reitera que, a exemplo de Cristo, os fiéis são chamados a acolher toda vida humana, particularmente se “frágil e enferma", e a curvar-se "sobre os sofrimentos materiais e espirituais do homem para curá-los".

Bento XVI destaca também os "Sacramentos de Cura", ou seja, da Penitência e da Reconciliação e sobre o Sacramento dos Enfermos, que alcançam seu natural cumprimento na Comunhão Eucarística. “Sacramentos que iluminam o binômio entre saúde física e renovação das dilacerações da alma".

“Quem na doença invoca o Senhor certo de que o Seu amor jamais o abandona e de que também jamais falta o amor da Igreja. No Sacramento da Penitência, na medicina da confissão, a experiência do pecado não degenera em desespero, mas encontra o amor que perdoa e transforma", escreve o papa.

Por isso, o momento do sofrimento ao invés de ser motivo de desespero, pode "transformar-se tempo de graça para voltar-se para si mesmo, repensar a própria vida e nos próprios erros, como o filho pródigo”, diz um trecho do texto.

Depois, faz votos de que seja valorizado o Sacramento da Unção dos Enfermos, que não deve ser considerado "quase um sacramento menor em relação aos outros". Pelo contrário, reitera o Pontífice, este Sacramento "merece hoje uma maior consideração, quer na reflexão teológica, quer na ação pastoral para com os doentes".

Por fim, a mensagem evidencia a importância da Eucaristia. “Recebida no momento da doença contribui de modo singular para realizar tal transformação associando o enfermo à oferta que Jesus fez de si mesmo ao Pai para a salvação de todos".

Daí, a exortação a toda a comunidade eclesial e, em particular, às paróquias, a fim de que estejam atentas em assegurar aos doentes e anciãos a possibilidade de receberem com frequência a Comunhão Eucarística.

CNBB - Campanha da Fraternidade 2012  -Tema: "Fraternidade e saúde pública",
Lema: "Que a saúde se difunda sobre a terra!" (Cf. Eclo, 38,8)

Mensagem do papa para o Dia Mundial do Enfermo 2012:


http://novaalianca.org.br/index-site.php?pg=desc-noticia&id=539&nome=Papa%20divulga%20mensagem%20para%20o%20dia%20dos%20enfermos

domingo, 5 de fevereiro de 2012

5º Domingo do Tempo Comum - "Senhor, que queres que eu faça?"


Na segunda leitura de hoje (1Cor 9,16-19.22-23), Paulo dá verdadeiro testemunho da sua vocação como pregador do evangelho. Um testemunho de entrega e serviço a um trabalho que não oferece títulos de glória nem privilégios. Um ofício gratuito e desinteressado. Trata-se da missão de todo cristão consciente da sua participação na edificação do reino.

Paulo tinha consciência da sua missão na Igreja. Tinha um desejo ardente de levar a Palavra às pessoas do seu tempo. E fez isso com grande fervor e entusiasmo. Realizou seu trabalho não como um meio de ganhar a vida, mas como um encargo que lhe foi confiado (cf. 1Cor 9,17). Não esperava um salário pelo seu trabalho, pois o fazia de graça. Para isso se tornou escravo de todos.

Essa missão não foi somente do apóstolo, mas é de todos os batizados e batizadas. Nem todos têm o dom de pregar, por exemplo. Mas esta não é a única maneira de comunicar e viver o evangelho. Há uma diversidade de tarefas e funções na comunidade, e há também uma diversidade de talentos e capacidades, dos quais as pastorais e os movimentos são sinais. O importante é servir. Não devemos nos preocupar com os privilégios e as glórias que determinada função pode nos trazer. É preciso ser humildes e simples. O que deve aparecer é o reino de Deus. Se aparecemos mais do que nossas ações, é momento de refletir e mudar.

Somos convidados a fazer tudo pela palavra de Deus. Essa disposição tem de nascer do coração. É fruto do mais profundo amor pelo evangelho. Para tanto, é necessário viver profundamente os ensinamentos da Palavra e, com sabedoria, dar nossa contribuição. Todos receberam o encargo de comunicar o evangelho. Lembremos que o mais importante é nosso testemunho. Isso vale mais do que mil palavras. Que o exemplo do apóstolo Paulo ilumine nossas práticas de discípulos e discípulas do Mestre. Salário não há. Mas teremos algo incalculável: ter parte no evangelho. Isto é, participar da glória de Deus. Ai de nós se não pregarmos o evangelho!

Benedito Antônio Bueno de Almeida, ssp

domingo, 22 de janeiro de 2012

A PLENITUDE DO TEMPO

Com Jesus Cristo chegou a plenitude do tempo. Com ele, a história da humanidade passa a ter um antes e um depois.
Chegando a plenitude dos tempos, na qual, por Jesus, estamos todos incluídos, é necessário encontrar pessoas e convidá-las a construir os novos tempos. Jesus quer uma comunidade que marque a diferença entre o antes e o depois, não quer fazer isso sozinho. Escolhe seguidores capazes de se comprometer com seu projeto.

O tempo já chegou, é agora, não podemos mais esperar. Muita gente ainda está sendo posta à margem ou simplesmente lançada fora da engrenagem social. A sociedade atual não tem tempo para eles, porque não são úteis ao processo de produção. Não devem atrapalhar o curso do progresso.

Para esses, a plenitude do tempo ainda não chegou. Nem a sociedade nem a comunidade de Jesus lhes proporcionaram o tempo da graça, da realização e mudança de vida. O reino de Deus para eles ainda está longe de ser realidade.

Portanto, o apelo de hoje é mais atual do que nunca: converter-se e crer no evangelho. Conversão significa mudança no modo de pensar que leva à mudança no agir pessoal e comunitário, provocando transformação na sociedade. A conversão leva a pessoa a pensar segundo a lógica de Deus. Enquanto não pensamos e agimos como Jesus, necessitamos de conversão.

Acreditar no evangelho significa aceitar e assumir o projeto de Jesus, que quer vida digna para todos; é ver boas notícias chegando para todo o povo. O povo simples e pobre das periferias das grandes cidades está carente de boas notícias. Para esses milhões de seres humanos, boas notícias significam: a chegada de um posto de saúde; a abertura de uma escola ou creche; a conquista de um emprego; a cura da doença; a construção da casa própria... Embora a plenitude do tempo já tenha ocorrido com a vinda de Jesus, por falta de solidariedade ainda há muito a fazer para que ela seja realidade para todos.

Pe. Nilo Luza, ssp

domingo, 8 de janeiro de 2012

VAMOS ADORAR O REI

A festa da Epifania – manifestação de Deus a todos os povos – convida-nos a adorar o Rei, senhor do tempo e da história. Só ele, Cristo, merece nossa adoração. Ele é a luz que ilumina os passos da humanidade, muitas vezes envolvida em trevas.
Os magos, com alegria, vão ao encontro daquele que é o salvador da humanidade e o encontram na frágil criança deitada numa manjedoura. Prestam-lhe homenagem e o adoram. Ele é fonte de alegria para todos os que o buscam com sinceridade e o desejam como luz no caminho.

Essa frágil criança, reveladora da grandeza divina, assusta o poderoso rei Herodes e a Jerusalém do poder e do saber. Jesus é motivo de perturbação para quem se fecha no egoísmo e não quer buscar o sentido para a vida, com seus apelos de doação e solidariedade.

Como cristãos e seguidores de Jesus, somos chamados a ser mani¬festação do Deus que é amor, justiça e esperança. Se não somos capazes de revelar esses valores humanos e cristãos, isso é sinal de que nosso batismo e nossas celebrações são práticas formais e não respostas de vida. Tudo em nós – nas celebrações e na vida do dia a dia – deve ser revelação de Deus. Para tanto, procuremos seguir o trajeto dos magos, iluminados pela estrela: sair do nosso comodismo e pôr-nos a caminho – que pode ser longo e penoso, mas nos premia com a alegria de encontrar aquele que será para sempre o farol a nos apontar o rumo. Seguindo a luz de Cristo e deixando-nos inundar pela sua alegria, tornamo-nos nós mesmos luz da humanidade.

A estrela que guiou os magos a uma criança frágil nos conduz a locais onde se manifesta a fragilidade humana e o descaso da sociedade. É lá que se encontra hoje o menino Jesus, esperando a solidariedade e a compaixão da Igreja. Deus se revela numa criança sem poder, para demonstrar que a salvação é dom gratuito seu e não fruto do poder opressor dos Herodes de todos os tempos.

Pe. Nilo Luza, ssp