No Evangelho de João, Jesus praticamente inicia sua missão pública entrando no templo de Jerusalém e encontrando, em vez de fiéis em oração, vendedores e cambistas. Um comércio tal, que havia transformado a casa de Deus em lugar de exploração, sobretudo dos pobres, com leis religiosas que obrigavam os fiéis a comprar bois, ovelhas ou ao menos pombas para sacrificá-los e assim conseguir a reconciliação com Deus.
Ao fazer um chicote de cordas, Jesus deixa claro que ele é o Messias esperado, aquele que vem para “açoitar” as práticas de injustiça e inaugurar um tempo novo. Ele faz o povo sair daquele centro de exploração, junto com as ovelhas e bois. Aliás, as ovelhas na Bíblia muitas vezes representam o próprio povo. Jesus vem tirar do templo, vem libertar de uma exploração comercial disfarçada de religião. Ele derruba as mesas e o dinheiro dos cambistas e ordena aos vendedores de pombas (a oferta dos pobres) que tirem tudo de lá. Pois o sacrifício de pombas de nada mais serve diante daquele que desceu em forma de pomba, no batismo de Jesus.
Longe de fazer uma “purificação” do templo, Jesus declara que seu próprio corpo é o novo santuário, e a oferta de sua vida elimina a necessidade de sacrifícios de animais. Além disso, Deus não habita locais onde se explora a fé do povo simples. Deus está presente em seu Filho, e essa presença torna Jesus indestrutível. Podem matá-lo, mas sua morte não será definitiva, pois no terceiro dia ele voltará à vida plena.
O corpo de Jesus, sendo a morada de Deus, é para nós o verdadeiro santuário, que nos aproxima do Pai. Na “casa do Pai” somos família, e em família não fazemos comércio, mas agimos na gratuidade do amor. Como família-comunidade, pertencemos ao corpo de Jesus. Unidos a ele, unimo-nos a Deus, na liberdade de filhos amados, cujo sofrimento diário o Criador já conhece e cujo compromisso em favor da vida ele aceita como oferta genuína.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
O evangelho nos dá o ensinamentos que não podemos jamais olvidar. Primeiro nos lembra da importância do respeito que devemos ter com a Igreja, com as coisas de Deus, com o sagrado. Quantas vezes na igreja, seja na Missa ou em outro momento, estamos conversando e “tagarelando”. Dentro da igreja devemos nos comportar com respeito e veneração, porque ali se encontra Deus.
O evangelho também nos ensina que somos templos de Deus. Somos “pequenas igrejas” onde mora Deus, onde habita o Espírito Santo. Como estamos cuidando da nossa “igreja” interior, da nossa alma, do nosso coração?
Sejamos católicos como Deus quer. Sejamos autênticos na nossa fé, não simplesmente católicos de nome. Não basta simplesmente dizer que sou católico, devo ser de coração e de obras.
A hipocrisia no seguimento de Cristo não leva a nada. Cristo não precisa de quantidade de seguidores, mas de qualidade. De cristãos autênticos.