domingo, 29 de maio de 2011

Mesmo assim, alegre-se

Amigos, a nossa vida não é um mar de rosas. A nossa e nem a de muitos que são citados nas Escrituras. A Bíblia é clara em relatar as lutas e dificuldades que grandes homens passaram ao longo de suas vidas, mas também deixa claro que nenhum deles desanimou ou desistiu em meio a essas lutas, pelo contrário, permaneceram firmes em Deus e saíram vitoriosos.

Que assim seja na minha e na sua vida. Mesmo em meio as grandes lutas que viemos a passar, possamos estar firmes no Senhor e sempre nos alegrar no Deus da nossa salvação!!!

“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação.” Habacuque 3:17.18



Nesse mundo onde o mal impera podemos em muitas vezes, nos sentir sozinhos, desprezados, sem nenhum rumo a seguir. E isto acontece com uma frequência muito grande em nossas vidas, pois Jesus nos advertiu que iríamos ser insultados, discriminados, injuriados, e tudo mais. E todas as situações, que não dependem de nós, vem para nos causa uma única coisa: Nos abalar.

O Diabo é muito astuto, ele tenta uma vez, tenta duas vezes, tenta três vezes… até conseguir aquilo que quer; se tem uma coisa que o diabo não tem é medo de tentar nos destruir, e você já deve ter comprovado isso em sua vida. Mas em tudo isso temos a vitória completa por meio daquele que nos amou (Romanos 3:17).

Nos preocupamos com coisas tão mesquinhas, tão pequenas. Sentimos dor com uma simples rejeição, com uma simples correção até, e esquecemos que muitos cristãos estão nesse momento sendo massacrados, torturados, enfrentando tribunais, desafiando a Justiça, e até morrendo por amor a Cristo.

E se perguntássemos a essas pessoas se elas, por alguma coisa, desistiriam dessas vidas, tenho certeza de que a resposta seria não; pois é por amor ao IDEAL que estas pessoas estão em reais confrontos carnais e espirituais.

E tudo isso porque não devemos temer nada nem ninguém. Estas pessoas descobriram a verdadeira fortaleza, descobriram o verdadeiro Ser supremo, que está acima de qualquer problema. E é assim que devemos viver. É com uma esperança e uma perseverança verdadeira, alicerçado na fé que recebemos do criador.

No muito ou no pouco, podemos vencer qualquer coisa com a força que Cristo nos dá (Filipenses 4:12.13). E mesmo que a figueira não dê frutos, ou que a saída esteja longe, devemos louvar o criador que cuida de nós. Ele nos faz andar por lugares altos.

Jesus é maravilhoso!!

Posted by Editor-colaborador

quinta-feira, 26 de maio de 2011

IRMÃ DULCE E O AMOR AOS POBRES

Ir. Dulce é conhecida não apenas em Salvador ou na Bahia, mas como em todo o Brasil. Caso alguém a invoque provavelmente recordará dos tantos títulos dados pelo povo a quem tão devotamente serviu: Mãe dos Pobres, Mães dos Inválidos, Anjo Bom da Bahia.
O que muitas pessoas não sabem – ou sequer relacionam como a vida dessa religiosa – é que todo o seu ardor apostólico brotava da sua radical adesão ao Cristo Crucificado. Ir. Dulce ofereceu a sua vida em honra ao Verbo encarnado. De fato, não apenas manteve prudentemente a sua vela acesa como foi incansável no esforço de encaminhar quantas almas pudesse para o redil de Nosso Senhor.

Nos tempos atuais, quando vem tornando-se comum uma visão horizontal das relações humanas, rompendo com o sagrado e a vocação natural do homem de buscar a Deus, Ir. Dulce deu um testemunho avassalador de coerência e amor aos pobres. Ela, mais do que qualquer teórico da luta de classes ou de adeptos das mais estapafúrdias teses “reinocêntricas”, era confrontada a cada dia com as misérias da sociedade e as injustiças do mundo moderno. Não obstante, o seu esforço não estava voltado para a reflexão ideológica e material, mas sim para a prática do amor aos mais necessitados como conseqüente causa da experiência pessoal com e em Cristo.

Ir. Dulce fundara o Círculo Operário da Bahia – com o apoio dos frades menores – preocupada com a triste condição de vida do operariado soteropolitano. Entretanto, assim como os franciscanos, sempre se manteve distante das discussões políticas e, juntamente com a assistência eclesiástica dada no Círculo, jamais permitiu a perda do fervor religioso e a ascensão das idéias comunistas dentro das suas fileiras. Não que faltassem incursões dos grupos de esquerda, mas a piedade daqueles bons proletários católicos desfavorecia qualquer ideologização.

A força de Ir. Dulce sempre fora a oração, o amor a Cristo e às práticas de piedade. Jamais deixara a sua Santa Comunhão diária e a devoção mariana e ao glorioso Santo Antônio de Lisboa. Oferecia os seus pobres como pérolas à Virgem Maria. Ademais, sempre teve em mente o sentido da sua vocação. Nunca se esquecera daquela experiência religiosa determinante na sua convicção vocacional; ainda jovem, na Igreja de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, ficara fascinada com aquela cena que parecia ser uma pintura digna das mais impactantes telas barrocas: um ser de branco rasgara os raios de luz que atravessavam as janelas e cortavam toda a nave. Pensou que se tratava de um anjo, mas viu que era uma freira que testemunhava a sua consagração no hábito que usava. A força desse evento foi tão importante que a então Maria Rira, sem saber ao certo de qual Congregação se tratava, até mesmo desconhecendo a vida daquela religiosa, resolvera oferecer a sua vida a Deus como mais uma Missionária de Imaculada Conceição da Mãe de Deus.

Mais tarde a Superiora Geral, quando as obras de Ir. Dulce já eram grandiosas e de conhecido respeito em toda Salvador, irá obrigá-la a fazer uma triste decisão: ou largar o seus apostolados – estava atrapalhando a vida comunitária e contemplativa, alegara – ou retirar-se da Congregação. Para o Anjo bom da Bahia foi um momento de dor e provação. Depois de consultar-se com santos e doutos sacerdotes e auxiliada pelo então Administrador Apostólico da Arquidiocese Primaz do Brasil, D. Eugênio Sales – mais tarde Bispo titular e Cardeal da Bahia – resolveu pedir a desenclausuração. Não saía da Congregação, mas vira nesse meio a única forma de cumprir não o seu desejo, mas a vontade de Deus nos pobres.

Viveu dez anos fora da comunidade, já que o Convento de Santo Antônio, onde residia com as suas Irmãs, ao lado das Obras Assistenciais, foi desativado e as religiosas transferidas para o Colégio Santa Bernadete. Ainda sendo liberada pelo Cardeal para usar qualquer vestimenta, devido ao acontecido, jamais largou aquele hábito azul e branco que a marcara na mocidade e, assim, tornou-se a única religiosa da sua Congregação na Bahia a não aderir ao modelo reformado e ao não uso que logo veio a ser ordinário.

A sua piedade, confiança na Providência e amor gratuito fazia com que tivesse livre acesso tanto aos casarões da Vitória como às palafitas de Alagados, ao palácio do Governador e às favelas de Maçaranduba. Como a mesma intimidade com que tratava tuberculosos e leprosos dialogava com Dr. Norberto Odebrecht e Dr. Ângelo Calmon de Sá, amigos íntimos e benfeitores.

Os seus gestos e as suas ações falavam de uma religiosa que depois de prostrar-se em adoração ao Jesus-Hóstia saía pelas ruas não para libertar os pobres da opressão ou para incendiá-los com o fogo da paixão ideológica, mas sim para apresentá-los ao Amor encarnado, para uni-los fortemente a Cristo na Sua Igreja através dos Sacramentos. Como filhos de Deus, feitos à Sua imagem e semelhança, os homens eram merecedores da salvação e de gozar de uma vida digna. Esse era o anúncio feito por Ir. Dulce.

Ao longo da sua vida essa Mãe dos Pobres testemunhou a sua radical confiança na Providência e uma sólida convicção no amor de Cristo aos homens. Num inverno muito rigoroso em Salvador, Ir. Dulce ficara doente e não pudera sair pelas ruas distribuindo agasalhos e recolhendo seus pobres para o albergue. A luz da sua cela tornara-se um farol em meio ao mar da miséria, onde homens e mulheres quase congelados gritavam implorando por um cobertor. A religiosa, tomada pela febre, depois de lançar tudo o que tinha - só não distribuíra as poucas vestes que restavam porque foi impedida pelas irmãs - resolvera então descer até a capela e rezar, pedindo a Deus que zelasse por aqueles filhos. Depois da sua oração ordenara que, em procissão, a imagem de Santo Antônio fosse levada até o lado de fora, ainda que as outras religiosas não indicassem pelo frio e por ela encontrar-se enferma. Nada feito! A imagem foi colocada no passeio. Alguns minutos depois, estando em prece no oratório, ouviu um forte estrondo e, ao sair, deparou-se com uma caminhonete que quase se acidentara no muro do Convento. Dela saiu um homem com um rosto já conhecido por ela e pelas irmãs, mas que não sabiam considerar a origem. Começara a tirar cobertores do carro que, imediatamente, foram sendo agarrados pelos miseráveis. O rapaz misterioso, sem dizer uma palavra, entrou no carro e se foi. Qual a surpresa dessas religiosas quando, ao se lembrarem do coitado do Santo Antônio esquecido na friagem, reconheceram claramente aquela face, sabiam finalmente quem era aquele homem: sim, o mais pobre dos filhos de São Francisco viera ao socorro da sua filha querida, a glória de Portugal e orgulho da Itália, Antônio!

Quanta humildade e amor aos necessitados! Ao perambular por Salvador em busca de doações para a compra do terreno onde seria construído o hospital, entrara numa venda e abordara o dono pedindo auxílio para os miseráveis. Estendeu a sua mão e recebeu em resposta uma cusparada! Na sua mais genuína mansidão respondeu: Sim, meu senhor, isto é para mim, agora dê-me alguma coisa para os meus pobres!

Ir. Dulce tornou-se o Anjo Bom da Bahia não apenas porque construíra uma das maiores obras caritativas desse país confiando apenas na Providência, mas sim porque fez a escolha fundamental de amar a Cristo e ser fiel a Ele. No dia do julgamento, quando essa Mãe dos Inválidos for questionada se O vestiu quando estava nu, se O deu de beber quanto estava com sede, se O deu de comer quando sofria de fome, se O viu nos mais pequeninos, poderá responder, gloriosamente, que sim, que tudo ela fez por amor e pelo Amor!

Fonte: Acarajé Conservador.

domingo, 22 de maio de 2011

Neste domingo (22) é comemorado o dia de Santa Rita de Cássia

Santa Rita de Cássia ou Santa dos Impossíveis, como é geralmente conhecida a grande advogada dos aflitos, nasceu em Rocca Porena, a uma légua de Cássia (Itália), aos 22 de maio de 1381, tendo por Antônio Mancini e Amada Ferri.


O Nascimento da Santa foi precedido por sinais maravilhosos e visões celestiais que fizeram seus pais perceberem algo da futura e providencial missão de Rita, que seria colocada no mundo para instrumento da miserircórdia de Deus em favor da humanidade sofredora. Seus biógrafos igualmente falam de mansas abelhinhas que lhe visitavam com freqüência o berço, chegando mesmo a fabricarem em seus lábios um pequeno favo de mel, sem que disto lhe viesse mal algum; feliz prenúncio da admirável mansidão que é uma das características de nossa Santa.

Desde a primeira idade acaletava Rita o desejo de se consagrar exclusivamente a Deus, pelos santos votos de Religião, mas a Providência divina tem seus desígnios misteriosos sobre a Santa que é levada por seus pais a abraçar o estado matrimonial. Aos 16 anos, aproximadamente, desposa o jovem Paulo Ferdinando, de gênio leviano e excessivamente violento, e que lhe vai amargurar os primeiros anos dos dezoito que se presume haver levado em matrimônio.

A futura protetora dos aflitos deveria ser também modelo da mulher cristã, da esposa fiel, dedicada e forte porque deve advir a conversão para o esposo, mesmo que este lhe seja infiel… A Santa soube sofrer com paciência todas as contradições, e pela oração, espírito de brandura e penitência , conseguiu ver triunfar a causa de Deus e brilhar o sol da caridade que tantas bençãos atrai para o lar santificado pelo sacramento do Matrimônio, porquanto Paulo não tardou a trilhar o bom caminho.

Viúva pelo bárbaro assassinato do esposo, empregou a Santa sua viuvez em obras de caridade e na educação de seus 2 filhos gêmeos, os quais, no entanto, viu morrer mui prematuramente aos 14 anos de idade. Particularmente é de notar a grande caridade de Rita ao perdoar com extremos de generosidade os assassinos de seu desventurado esposo.

Livre dos laços que a prendiam ao mundo, Rita deseja realizar os santos propósitos da juventude, mas quantas dificuldades não seria necessário vencer!…
Quantas lições não nos oferece essa vida tão santa e ao mesmo tempo tão sofredora!… Realmente o sofrimento é uma escola de perfeição e união com Deus; Nosso Senhor Jesus Cristo mesmo insinua está verdade quando afirma que, se alguém quer ser seu dicípulo, tome a cruz da penitência e da renúncia das paixões e, então, O siga

A vida de Santa Rita é uma formal reprovação da vida frouxa e dissipada de muitos que se dizem cristãos, mas que desprezam a Cruz de Nosso Senhor…

Verdadeiramente é Santa Rita a Advogada dos aflitos, ou, como geralmente é conhecida, a Santa dos Impossíveis… Explicam esses fatos o piedoso costume de enfeitarem a imagem da Santa, particularmente no dia de sua Festa, com rosas, figos, cachos de uvas e abelhas. A Santa Igreja mesma parece querer perpetuar o milagre das rosas, aprovando a Bênção das Rosas que se faz no dia da Festa ou no dia 22 de cada mês, para alívio dos enfermos.

A Canonização da Santa deu-se a 24 de maio de 1900, pelo imortal Pontífice Leão XIII.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Dia 15 de maio Dia do Bom Pastor - participem do Triduo do Bom Pastor

O Bom Pastor! Esta figura bíblica tem origem na observação e na experiência. Durante longo tempo, Israel foi um povo de pastores e a tradição da época dos patriarcas e das gerações sucessivas encontra correspondência nos textos do Antigo Testamento. O pastor, aquele que vigilante guarda o rebanho e o conduz às pastagens férteis, tornou-se a imagem do homem que guia e está à frente de uma nação, sempre solícito por aquilo que lhe diz respeito. Assim no Antigo Testamento é representado o pastor de Israel.

Na Sua pregação, Jesus liga-se a esta imagem, mas introduz um elemento inteiramente novo: pastor é aquele que dá a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10, 11-18). Ele atribui esta característica ao bom pastor, distinguindo-o de quem, ao contrário, é mercenário e portanto não cuida do próprio rebanho. Antes, apresenta-Se a Si mesmo como o protótipo do bom pastor, capaz de dar a vida pelo seu rebanho. O Pai enviou-O ao mundo para que fosse o pastor não só de Israel, mas da humanidade inteira.

É de modo especial na Eucaristia que se torna sacramentalmente presente a obra do Bom Pastor, o qual, depois de ter anunciado a «boa nova» do Reino, ofereceu em sacrifício a própria vida pelas ovelhas. A Eucaristia é, de fato, o sacramento da morte e ressurreição do Senhor, do Seu supremo ato redentor. É o sacramento em que o Bom Pastor torna constantemente presente o Seu amor oblativo por todos os homens.

A Paroquia Bom Pastor festeja o Dia do seu Padroeiro com oTríduo do Bom Pastor -Venham participar deste momento de oração.



Horarios do Triduo do Bom Pastor acessem o site : http://www.bompastor.dj.org.br/



domingo, 8 de maio de 2011

Feliz dia das mães.

Mãe é vida, mãe é amor, mãe é fortaleza, é sensibilidade, por mais que tentamos, nunca conseguiremos dar todos os adjetivos que uma mãe deve receber no dia de hoje. Hoje é dia de quem ama, sofre, chora e quando chega o entardecer, já está de pé novamente num sorriso que fascina, e nos mostra o quanto é forte, exatamente como elas são e não deixar que nada a derrube.


Ser mãe, é poder ter o maior dom que Deus pode dar, que é o de gerar vidas. Parabéns por ser diferente, por ser essa pessoa maravilhosa, por ser o motivo de orgulho dos seus filhos.


Ofereço este cartão para você Que é mãe. Que Deus te ilumine sempre. Que perto de Deus e da Virgem Maria você possa ser, cada vez mais, uma bênção para o mundo.
 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

HOMILIA DO PAPA BENTO XVI - CAPELA PAPAL POR OCASIÃO DA BEATIFICAÇÃO DO SERVO DE DEUS JOÃO PAULO II



Amados irmãos e irmãs,

Passaram já seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta Praça para celebrar o funeral do Papa João Paulo II. Então, se a tristeza pela sua perda era profunda, maior ainda se revelava a sensação de que uma graça imensa envolvia Roma e o mundo inteiro: graça esta, que era como que o fruto da vida inteira do meu amado Predecessor, especialmente do seu testemunho no sofrimento. Já naquele dia sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o Povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que a sua Causa de Beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! Chegou depressa, porque assim aprouve ao Senhor: João Paulo II é Beato!

Desejo dirigir a minha cordial saudação a todos vós que, nesta circunstância feliz, vos reunistes, tão numerosos, aqui em Roma vindos de todos os cantos do mundo: cardeais, patriarcas das Igrejas Católicas Orientais, irmãos no episcopado e no sacerdócio, delegações oficiais, embaixadores e autoridades, pessoas consagradas e fiéis leigos; esta minha saudação estende-se também a quantos estão unidos conosco através do rádio e da televisão.

Estamos no segundo domingo de Páscoa, que o Beato João Paulo II quis intitular Domingo da Divina Misericórdia. Por isso, se escolheu esta data para a presente celebração, porque o meu Predecessor, por um desígnio providencial, entregou o seu espírito a Deus justamente ao anoitecer da vigília de tal ocorrência. Além disso, hoje tem início o mês de Maio, o mês de Maria; e neste dia celebra-se também a memória de São José operário. Todos estes elementos concorrem para enriquecer a nossa oração; servem-nos de ajuda, a nós que ainda peregrinamos no tempo e no espaço; no Céu, a festa entre os Anjos e os Santos é muito diferente! E todavia Deus é um só, e um só é Cristo Senhor que, como uma ponte, une a terra e o Céu, e neste momento sentimo-lo muito perto, sentimo-nos quase participantes da liturgia celeste.

«Felizes os que acreditam sem terem visto» (Jo 20, 29). No Evangelho de hoje, Jesus pronuncia esta bem-aventurança: a bem-aventurança da fé. Ela chama de modo particular a nossa atenção, porque estamos reunidos justamente para celebrar uma Beatificação e, mais ainda, porque o Beato hoje proclamado é um Papa, um Sucessor de Pedro, chamado a confirmar os irmãos na fé. João Paulo II é Beato pela sua forte e generosa fé apostólica. E isto traz imediatamente à memória outra bem-aventurança: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus» (Mt 16, 17). O que é que o Pai celeste revelou a Simão? Que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus vivo. Por esta fé, Simão se torna «Pedro», rocha sobre a qual Jesus pode edificar a sua Igreja. A bem-aventurança eterna de João Paulo II, que a Igreja tem a alegria de proclamar hoje, está inteiramente contida nestas palavras de Cristo: «Feliz de ti, Simão» e «felizes os que acreditam sem terem visto». É a bem-aventurança da fé, cujo dom também João Paulo II recebeu de Deus Pai para a edificação da Igreja de Cristo.

Entretanto perpassa pelo nosso pensamento mais uma bem-aventurança que, no Evangelho, precede todas as outras. É a bem-aventurança da Virgem Maria, a Mãe do Redentor. A Ela, que acabava de conceber Jesus no seu ventre, diz Santa Isabel: «Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor» (Lc 1, 45). A bem-aventurança da fé tem o seu modelo em Maria, pelo que a todos nos enche de alegria o facto de a beatificação de João Paulo II ter lugar no primeiro dia deste mês mariano, sob o olhar materno d’Aquela que, com a sua fé, sustentou a fé dos Apóstolos e não cessa de sustentar a fé dos seus sucessores, especialmente de quantos são chamados a sentar-se na cátedra de Pedro. Nas narrações da ressurreição de Cristo, Maria não aparece, mas a sua presença pressente-se em toda a parte: é a Mãe, a quem Jesus confiou cada um dos discípulos e toda a comunidade. De forma particular, notamos que a presença real e materna de Maria aparece assinalada por São João e São Lucas nos contextos que precedem tanto o Evangelho como a primeira Leitura de hoje: na narração da morte de Jesus, onde Maria aparece aos pés da Cruz (Jo 19, 25); e, no começo dos Atos dos Apóstolos, que a apresentam no meio dos discípulos reunidos em oração no Cenáculo (Act 1, 14).

Também a segunda Leitura de hoje nos fala da fé, e é justamente São Pedro que escreve, cheio de entusiasmo espiritual, indicando aos recém-batizados as razões da sua esperança e da sua alegria. Apraz-me observar que nesta passagem, situada na parte inicial da sua Primeira Carta, Pedro exprime-se não no modo exortativo, mas indicativo. De fato, escreve: «Isto vos enche de alegria»; e acrescenta: «Vós amais Jesus Cristo sem O terdes conhecido, e, como n’Ele acreditais sem O verdes ainda, estais cheios de alegria indescritível e plena de glória, por irdes alcançar o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas» (1 Ped 1, 6.8-9). Está tudo no indicativo, porque existe uma nova realidade, gerada pela ressurreição de Cristo, uma realidade que nos é acessível pela fé. «Esta é uma obra admirável – diz o Salmo (118, 23) – que o Senhor realizou aos nossos olhos», os olhos da fé.

Queridos irmãos e irmãs, hoje diante dos nossos olhos brilha, na plena luz de Cristo ressuscitado, a amada e venerada figura de João Paulo II. Hoje, o seu nome junta-se à série dos Santos e Beatos que ele mesmo proclamou durante os seus quase 27 anos de pontificado, lembrando com vigor a vocação universal à medida alta da vida cristã, à santidade, como afirma a Constituição conciliar Lumem gentium sobre a Igreja. Os membros do Povo de Deus – bispos, sacerdotes, diáconos, fiéis leigos, religiosos e religiosas – todos nós estamos a caminho da Pátria celeste, tendo-nos precedido a Virgem Maria, associada de modo singular e perfeito ao mistério de Cristo e da Igreja. Karol Wojtyła, primeiro como Bispo Auxiliar e depois como Arcebispo de Cracóvia, participou no Concílio Vaticano II e bem sabia que dedicar a Maria o último capítulo da Constituição sobre a Igreja significava colocar a Mãe do Redentor como imagem e modelo de santidade para todo o cristão e para a Igreja inteira. Foi esta visão teológica que o Beato João Paulo II descobriu na sua juventude, tendo-a depois conservado e aprofundado durante toda a vida; uma visão, que se resume no ícone bíblico de Cristo crucificado com Maria ao pé da Cruz. Um ícone que se encontra no Evangelho de João (19, 25-27) e está sintetizado nas armas episcopais e, depois, papais de Karol Wojtyła: uma cruz de ouro, um «M» na parte inferior direita e o lema «Totus tuus», que corresponde à conhecida frase de São Luís Maria Grignion de Monfort, na qual Karol Wojtyła encontrou um princípio fundamental para a sua vida: «Totus tuus ego sum et omnia mea tua sunt. Accipio Te in mea omnia. Praebe mihi cor tuum, Maria – Sou todo vosso e tudo o que possuo é vosso. Tomo-vos como toda a minha riqueza. Dai-me o vosso coração, ó Maria» (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, n. 266).

No seu Testamento, o novo Beato deixou escrito: «Quando, no dia 16 de Outubro de 1978, o conclave dos cardeais escolheu João Paulo II, o Card. Stefan Wyszyński, Primaz da Polónia, disse-me: “A missão do novo Papa será a de introduzir a Igreja no Terceiro Milénio”». E acrescenta: «Desejo mais uma vez agradecer ao Espírito Santo pelo grande dom do Concílio Vaticano II, do qual me sinto devedor, juntamente com toda a Igreja e sobretudo o episcopado. Estou convencido de que será concedido ainda por muito tempo, às sucessivas gerações, haurir das riquezas que este Concílio do século XX nos prodigalizou. Como Bispo que participou no evento conciliar, desde o primeiro ao último dia, desejo confiar este grande patrimônio a todos aqueles que são, e serão, chamados a realizá-lo. Pela minha parte, agradeço ao Pastor eterno que me permitiu servir esta grandíssima causa ao longo de todos os anos do meu pontificado». E qual é esta causa? É a mesma que João Paulo II enunciou na sua primeira Missa solene, na Praça de São Pedro, com estas palavras memoráveis: «Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!». Aquilo que o Papa recém-eleito pedia a todos, começou, ele mesmo, a fazê-lo: abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e econômicos, invertendo, com a força de um gigante – força que lhe vinha de Deus –, uma tendência que parecia irreversível. Com o seu testemunho de fé, de amor e de coragem apostólica, acompanhado por uma grande sensibilidade humana, este filho exemplar da Nação Polaca ajudou os cristãos de todo o mundo a não ter medo de se dizerem cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do Evangelho. Numa palavra, ajudou-nos a não ter medo da verdade, porque a verdade é garantia de liberdade. Sintetizando ainda mais: deu-nos novamente a força de crer em Cristo, porque Cristo é o Redentor do homem – Redemptor hominis: foi este o tema da sua primeira Encíclica e o fio condutor de todas as outras.

Karol Wojtyła subiu ao sólio de Pedro trazendo consigo a sua reflexão profunda sobre a confrontação entre o marxismo e o cristianismo, centrada no homem. A sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja, e Cristo é o caminho do homem. Com esta mensagem, que é a grande herança do Concílio Vaticano II e do seu «timoneiro» – o Servo de Deus Papa Paulo VI –, João Paulo II foi o guia do Povo de Deus ao cruzar o limiar do Terceiro Milénio, que ele pôde, justamente graças a Cristo, chamar «limiar da esperança». Na verdade, através do longo caminho de preparação para o Grande Jubileu, ele conferiu ao cristianismo uma renovada orientação para o futuro, o futuro de Deus, que é transcendente relativamente à história, mas incide na história. Aquela carga de esperança que de certo modo fora cedida ao marxismo e à ideologia do progresso, João Paulo II legitimamente reivindicou-a para o cristianismo, restituindo-lhe a fisionomia autêntica da esperança, que se deve viver na história com um espírito de «advento», numa existência pessoal e comunitária orientada para Cristo, plenitude do homem e realização das suas expectativas de justiça e de paz.

Por fim, quero agradecer a Deus também a experiência de colaboração pessoal que me concedeu ter longamente com o Beato Papa João Paulo II. Se antes já tinha tido possibilidades de o conhecer e estimar, desde 1982, quando me chamou a Roma como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, pude durante 23 anos permanecer junto dele crescendo sempre mais a minha veneração pela sua pessoa. O meu serviço foi sustentado pela sua profundidade espiritual, pela riqueza das suas intuições. Sempre me impressionou e edificou o exemplo da sua oração: entranhava-se no encontro com Deus, inclusive no meio das mais variadas incumbências do seu ministério. E, depois, impressionou-me o seu testemunho no sofrimento: pouco a pouco o Senhor foi-o despojando de tudo, mas permaneceu sempre uma «rocha», como Cristo o quis. A sua humildade profunda, enraizada na união íntima com Cristo, permitiu-lhe continuar a guiar a Igreja e a dar ao mundo uma mensagem ainda mais eloquente, justamente no período em que as forças físicas definhavam. Assim, realizou de maneira extraordinária a vocação de todo o sacerdote e bispo: tornar-se um só com aquele Jesus que diariamente recebe e oferece na Igreja.

Feliz és tu, amado Papa João Paulo II, porque acreditaste! Continua do Céu – nós te pedimos – a sustentar a fé do Povo de Deus. Muitas vezes, do Palácio, tu nos abençoaste nesta Praça! Hoje nós te pedimos: Santo Padre, abençoa-nos! Amen.



Fonte:Enviado por email  amigo Jonh Hoe