domingo, 22 de janeiro de 2012

A PLENITUDE DO TEMPO

Com Jesus Cristo chegou a plenitude do tempo. Com ele, a história da humanidade passa a ter um antes e um depois.
Chegando a plenitude dos tempos, na qual, por Jesus, estamos todos incluídos, é necessário encontrar pessoas e convidá-las a construir os novos tempos. Jesus quer uma comunidade que marque a diferença entre o antes e o depois, não quer fazer isso sozinho. Escolhe seguidores capazes de se comprometer com seu projeto.

O tempo já chegou, é agora, não podemos mais esperar. Muita gente ainda está sendo posta à margem ou simplesmente lançada fora da engrenagem social. A sociedade atual não tem tempo para eles, porque não são úteis ao processo de produção. Não devem atrapalhar o curso do progresso.

Para esses, a plenitude do tempo ainda não chegou. Nem a sociedade nem a comunidade de Jesus lhes proporcionaram o tempo da graça, da realização e mudança de vida. O reino de Deus para eles ainda está longe de ser realidade.

Portanto, o apelo de hoje é mais atual do que nunca: converter-se e crer no evangelho. Conversão significa mudança no modo de pensar que leva à mudança no agir pessoal e comunitário, provocando transformação na sociedade. A conversão leva a pessoa a pensar segundo a lógica de Deus. Enquanto não pensamos e agimos como Jesus, necessitamos de conversão.

Acreditar no evangelho significa aceitar e assumir o projeto de Jesus, que quer vida digna para todos; é ver boas notícias chegando para todo o povo. O povo simples e pobre das periferias das grandes cidades está carente de boas notícias. Para esses milhões de seres humanos, boas notícias significam: a chegada de um posto de saúde; a abertura de uma escola ou creche; a conquista de um emprego; a cura da doença; a construção da casa própria... Embora a plenitude do tempo já tenha ocorrido com a vinda de Jesus, por falta de solidariedade ainda há muito a fazer para que ela seja realidade para todos.

Pe. Nilo Luza, ssp

domingo, 8 de janeiro de 2012

VAMOS ADORAR O REI

A festa da Epifania – manifestação de Deus a todos os povos – convida-nos a adorar o Rei, senhor do tempo e da história. Só ele, Cristo, merece nossa adoração. Ele é a luz que ilumina os passos da humanidade, muitas vezes envolvida em trevas.
Os magos, com alegria, vão ao encontro daquele que é o salvador da humanidade e o encontram na frágil criança deitada numa manjedoura. Prestam-lhe homenagem e o adoram. Ele é fonte de alegria para todos os que o buscam com sinceridade e o desejam como luz no caminho.

Essa frágil criança, reveladora da grandeza divina, assusta o poderoso rei Herodes e a Jerusalém do poder e do saber. Jesus é motivo de perturbação para quem se fecha no egoísmo e não quer buscar o sentido para a vida, com seus apelos de doação e solidariedade.

Como cristãos e seguidores de Jesus, somos chamados a ser mani¬festação do Deus que é amor, justiça e esperança. Se não somos capazes de revelar esses valores humanos e cristãos, isso é sinal de que nosso batismo e nossas celebrações são práticas formais e não respostas de vida. Tudo em nós – nas celebrações e na vida do dia a dia – deve ser revelação de Deus. Para tanto, procuremos seguir o trajeto dos magos, iluminados pela estrela: sair do nosso comodismo e pôr-nos a caminho – que pode ser longo e penoso, mas nos premia com a alegria de encontrar aquele que será para sempre o farol a nos apontar o rumo. Seguindo a luz de Cristo e deixando-nos inundar pela sua alegria, tornamo-nos nós mesmos luz da humanidade.

A estrela que guiou os magos a uma criança frágil nos conduz a locais onde se manifesta a fragilidade humana e o descaso da sociedade. É lá que se encontra hoje o menino Jesus, esperando a solidariedade e a compaixão da Igreja. Deus se revela numa criança sem poder, para demonstrar que a salvação é dom gratuito seu e não fruto do poder opressor dos Herodes de todos os tempos.

Pe. Nilo Luza, ssp